terça-feira, 10 de abril de 2007

Sonhos de Um Mundo Melhor - ERA UMA VEZ UMA IGREJA


Caros leitores,
A Revista do Jornal Expresso de 06/04/07, trazia uma reportagem jornalística com o título acima referido, onde se abordava a questão da dessacralização dos templos ou igrejas.
As igrejas, tradicionalmente lugares sagrados e de culto, espaços consagrados para o exercício da fé; são hoje utilizados para outros fins, nomeadamente para fins profanos e, cada vez mais, reconvertidos para a prestação de culto por outras religiões não cristãs. Esta nova realidade, é encarada como consequência da alteração demográfica, que leva à existência de espaços de culto em excesso, mas também devido à secularização da Europa.
Este fenómeno, quer seja novo quer não, levanta questões vitais e desafios pertinentes para a Europa cristã. Vou referir três:
Primeiro: É importante nunca confundir a diferença teologicamente e socialmente relevante entre igreja e templo. Igreja, é a comunidade espiritual de pessoas que comungam a mesma fé e valores. Templo, é o espaço físico onde a igreja se congrega e presta culto. Neste sentido, a igreja pode (e deve) ser uma realidade que está para além do espaço físico tradicionalmente concebido para a sua existência. Quer isto dizer, que a igreja pode existir, expressar-se e realizar-se fora do templo.
Segundo: A reconversão de templos em espaços de cariz pagão, não nos deve, por si só, chocar. Antes, deve preocupar-nos que dentro da igreja haja crentes e falsos crentes, e que muitas vezes contribuem para descrediblização da própria instituição.
Terceiro: Perante o novo paradigma social das nossas sociedades, os novos desafios do cristianismo passam pela capacidade de preservar os seus valores e de os promover. Como referia o autor do artigo do expresso: "Claro que a tendência para o laicismo está longe de ser universal. Algumas das 90 igrejas do centro de Dublin devem a sua sobrevivência ao grande influxo de imigrantes polacos resolutamente católicos verificado nos últimos anos".
Nas modernas sociedades cada vez mais multiculturais, o Cristianismo enfrenta o desafio da exigência no sentido de preservar os seus valores; mas também abrem-se-lhes novas oportunidades de promover os seus valores e a sua fé para o mundo global.

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