sexta-feira, 30 de março de 2007

Sonhos de um Mundo Melhor - A PAZ

"FELIZES AQUELES QUE SE ESFORÇAM PELA PAZ, PORQUE SERÃO CHAMADOS FILHOS DE DEUS" ( Mateus 5:9)


Caros leitores,

Convém começar por dizer que a pacificação é uma obra divina, pois paz significa reconciliação, e Deus é o autor da paz e da reconciliação. O acto de pacificar, foi realizado por Cristo na sua morte, reconciliando Deus com a humanidade. A Páscoa, traz-nos à memória esse sacrifício de Cristo, que ao morrer e ressuscitar, reconciliou os homens com Deus; possibilitando desta forma a comunhão e relacionamento que o pecado de Adão e Eva havia quebrado.

Por isso, promover a paz não foi um acto gratuito, fácil e sem qualquer custo. A reconciliação, custou a vida e o sacrifício de Cristo. Deste modo, há duas ideias a sublinhar:

Primeiro: Jesus declara que são felizes aqueles que se esforçam pela paz. Esforço, exige paciência na busca e promoção; e sacrifício na realização e concretização. Ninguém consegue a paz sem esforço e sem persistência.

Segundo: Mas a promoção da paz exige também que cada um de nós esteja reconciliando consigo próprio. Que cada pessoa esteja reconciliado com os seus medos; preconceitos ideológicos, sociais, religiosos, étnicos; com as suas superstições e fantasmas. É preciso perceber que antes de fazer, é necessário ser. E para ser, é fundamental que Deus faça sentido na vida do indivíduo.

Só os que promovem a paz, é que são chamados filhos de Deus, porque se identificam com ele e se realizam nos seus propósitos.
Os que amam a paz, amam-se a si próprios; porque daqui em diante são filhos de Deus!

quinta-feira, 29 de março de 2007

Sonhos de Um Mundo Melhor - A SINCERIDADE

"FELIZES AQUELES CUJO CORAÇÃO É PURO, PORQUE VERÃO A DEUS" ( Mateus 5:8)

Caros leitores,

No seu artigo Dando à Europa Uma Alma, Wim Wenders considera que a alma da Europa é a sua cultura. Mas a força da cultura está no poder da imagem. E o problema europeu em relação aos EUA, diz Wenders, é que "o campo das imagens está largamente a ser deixado aos outros" (Expresso, 24/3/07)

Vivemos, inegavelmente, numa época em que imagem é fundamental para o sucesso do indivíduo. A forma, é muitas vezes mais decisva que a essência ou o conteúdo.

No seu comentário a este versículo, John Stott diz com toda a clareza, que "esta ênfase dada ao interior e à moral, quando comparada com o exterior e físico, certamente torna-se consistente com todo o Sermão do Monte, que exige a justiça de coração em lugar de simples justiça proveniente de regras."

Fica claro, que para Deus a motivação das nossas atitudes ou a intenção que está por trás dos nossos actos, é muito mais significativa do que os seus efeitos.
Neste sentido, a pureza interior do interior do indivíduo e a sinceridade dos seus actos, é deveras mais importante para Deus do que a imagem que se transmite para o exterior. A sinceridade é um valor nobre, que só aqueles que nela se afirmam verão a Deus.

Sejamos pois sinceros, ou seja, "sem cera"; para que o sol abrasador da vida não exponha a falsidade da nossa imagem exterior.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Sonhos de Um Mundo Melhor - A CULPA MORRE DIVORCIADA

Caros leitores,

Certo dia um grupo de fariseus, líderes religiosos, interpelou a Jesus com a seguinte questão: É permitido ao homem divorciar-se de sua esposa?
O que Moisés lhes ordenou? - perguntou Ele.
E eles responderam: Moisés permitiu que o homem desse certidão de divórcio.
Respondeu Jesus: Moisés escreveu esta Lei por causa da dureza dos vossos corações. Mas no princípio da criação Deus os fez homem e mulher. Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém o separe! (Mateus 10: 2-11)

Numa coluna do Jornal da Região de Oeiras, o psicólogo L. Fernandes escrevia que "quando os laços (matrimoniais) se desfazem, existe uma grande probabilidade de as crianças sentirem esta situação de forma traumatizante, e daí emergirem alguns comportamentos e atitudes mais agressivas, como: agressões verbais, exarcebação dos caprichos, brinquedos partidos, discussões por tudo e por nada, abrandamento ou agravamento do rendimento escolar, encoprese, insónias, isolamento...
Se à criança não fôr comunicado atempadamente a situação emocional dos pais e discutido com ela os motivos da separação, ela poderá crescer num ambiente afectivo traumatizante que poderá afectar a qualidade dos seus laços emocionais futuros."

Hoje em dia, quase podemos afirmar que as pessoas casam para se divrociar, tal é o número cada vez crescente de divórcios. As razões prendem-se não com a banalização do casamento em si, mas sim com a crise de valores que afecta a família e toda a sua concepção tradicional.
O princípio de que o casamento é para toda a vida, é algo de estranho à mentalidade contemporânea. Mas se o casamento é uma instituição divina, não pode ser viabilizado com regras e modelos instituidos por padrões humanos como acontece hoje em dia. E muito menos a família deve ser encarada numa perspectiva moderna, como se pretende instituir nas nossas sociedades.

Mas a destruição dos valores da família dita tradicional, não afecta apenas o casamento como contrato ou compromisso civil; mas deixa consequências trágicas a nível dos valores e dos comportamentos das crianças vítimas do fracasso relacional dos próprios pais. Aliás, não nos deveríamos surpreender com a violência, delinquência e falta de educação das crianças para com os seus professores, pessoas idosas e sociedade em geral.
Repensemos nos valores da família, e de uma vez para sempre entendamos que a destruição da família, por modismos ou modernidade, fará de nós próprios e da nossa sociedade as principais vítimas e responsáveis.

terça-feira, 27 de março de 2007

Sonhos de Um Mundo Melhor - A MISERICÓRDIA

"FELIZES OS BONS E MISERICORDIOSOS, PORQUE A ELES SERÁ MOSTRADA MISERICÓRDIA" (Mateus 5:7)

Caros leitores e amgos,


Num sábado, estando a ensinar na Sinagoga judaica, encontrava-se ali um homem que tinha a mão direita aleijada. Os mestres da Lei e os fariseus vigiavam atentamente para ver se curaria o homem naquele dia, que era um sábado, anciosos por encontrar qualquer acusação contra ele. Jesus conhecia bem os seus pensamentos! E disse ao aleijado: "anda cá e põe-te aqui onde toda a gente te possa ver." Ele assim fez.
Então disse aos fariseus e mestres da Lei: "tenho uma pergunta a fazer-vos: É justo praticar o bem no sábado?"
Não tendo obtido, disse ao homem: "estende a mão". E logo o fez e a mão ficou completamente normal. Os inimigos de Jesus ficaram loucos de fúria e começaram a tramar-lhe a morte. (Lucas 6:6-11)


Misericórdia, é compaixão pelas pessoas que passam necessidade.
Ao proferir este ensino das bem-aventuranças, Jesus não especificou a categoria de pessoas que devem ser merecedoras da misericórdia. Serão as pessoas vítimas de algum tipo de tragédia; ou os famintos e doentes ultrajados pela sociedade; ou ainda aqueles que nos fazem mal, mas que merecem a nossa compaixão e perdão?

1. Não especificando, Jesus dá-nos a oportunidade e liberdade de expressar misericórdia sem distinção, complexos ou critérios. Sendo crentes, alvos da misericórdia de Deus, podem manifestar ao próximo o mesmo sentimento que Deus teve para convosco. Do mesmo modo, aqueles que não tendo uma relação espiritual com Deus, são também alvos da misericórdia de Deus, porque são suas criaturas e recebem os cuidados dio Pai Criador e Sustentador de todas as coisas.

2. Não só devemos ser imparciais na manifestação da misericórdia, como também devemos manifestá-la mesmo ao sábado. Isto é, o sábado era para os judeus o dia dedicado exclusivamente a Deus, e nada mais. Jesus, porém, ao curar o homem aleijado no sábado, quis mostrar que a misericórdia de Deus está para além dos condicionalismos do tempo, das tradições, dos pretextos. Não existe qualquer razão, mesmo que em nome de Deus, para negar actos de compaixão àqueles que deles precisam.

Assim, quanto maior fôr a nossa disponibilidade para expressar misericórdia, maior será a disponibilidade de Deus em tratar-nos com amor e compaixão. Não porque merecemos qualquer favor dEle, mas porque Ele é gracioso em revelar toda a plenitude do seu amor por nós.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Sonhos de Um Mundo Melhor - "AO DEUS DESCONHECIDO"

"...A RESPEITO DISSO TE OUVIREMOS NOUTRA OCASIÃO" (Actos 17:32)

Comemora-se os 50 anos do Tratado de Roma que instituiu a Comunidade Económica Europeia (CEE). A Europa, é herdeira da cultura; da filosofia e do Cristianismo, na versão escrita do Novo Testamento (N.T.). O N.T., foi escrito na riquíssima lingua da sobrepujante Grécia antiga. Curiosamente, foi em Roma, antiga capital do Império Romano - do qual fazia parte essa Grécia que dotou a Europa de valores e de uma grande cultura - que se deu o início de uma nova Europa.
Esta nova Europa, cristã, desde o seu berço, é constantemente confrontada com a sua fé. Esta fé, que Paulo, o grande apóstolo do Cristianismo, ao chegar a Atenas durante a sua Segunda Viagem Missionária à Àsia e Europa; encontrou uma cidade repleta de religiosidade.
A religiosidade de Atenas era tão difusa, e a idolatria tão enraizada e "venerada", que para que nenhuma divindade fosse renegada ou esquecida, o apóstolo Paulo encontrou na cidade um altar no qual se lia a inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO. Aproveitando esta deixa, Paulo se propos esclarecer aos cidadãos atenienses, quem era verdadeiramente aquele Deus desconhecido: Esse, é o Deus no qual "vivemos, e nos movemos, e existimos...porque dEle também somos geração." (Actos 17:28). Este era o Deus do Cristianismo que, infelizmente, e ao contrário de tantos outros deuses venerados no Panteão Grego, era desconhecido.
Mas se o zelo religioso de Atenas pressupunha também adorar o Deus do Cristianismo, é surpreendente a atitude do povo quando foi confrontado com o evangelho de Cristo pregado por Paulo. Alguns escarneceram, zombaram e desprezaram a mensagem do Deus Desconhecido. Outros, simplesmente voltaram-lhe as costas, protelaram, preferiram outros deuses, fizeram outras escolhas. Com frieza e hipocrisia disseram a Paulo, que a mensagem do Deus Desconhecido, era um assunto para uma próxima ocasião: "A respeito disso", disseram os devotos atenienses, "te ouviremos noutra ocasião".
Ao olharmos para a Europa do século XXI, parece haver nela um vínculo religioso com Atenas. Encontramos uma Europa cristã do Deus Desconhecido, mas que escarnece, zomba ou que simplesmente remete Deus para outra ocasião. O altar do Cristianismo está edificado na consciência colectiva dos europeus, mas a aceitação da mensagem do evangelho de Cristo - como um valor supremo que deve orientar e direccionar a sua vida e a existência - é algo marginal.
Que a prosperidade, bem-estar e as oportunidades que a Europa oferece; não nos impeçam de aceitar a mensagem do Cristianismo, mas nos abram a mente e o coração para aceitar os valores do amor e da vida, a respeito dos quais devemos ouvir nesta ocasião!

sexta-feira, 23 de março de 2007

Sonhos de Um Mundo Melhor - PARE E PENSE!

Meus caros leitores,

Ontem, num estudo bíblico em que participava, o prelector leu um curto texto que me fez pensar. Em termos gerais, o texto dizia que quando morremos, somos substituídos no emprego e rapidamente somos esquecidos. Mas nunca somos esquecidos na nossa família e na nossa comunidade ou igreja.
Talvez, com a quantidade de coisas que temos para pensar; esta realidade passe-nos ao lado quanto aos efeitos profundos que deve ter na nossa existência, no contexto da vida familiar e espiritual.
O primeiro aspecto que quero realçar, é que a nossa vida é uma espécie de placa giratória, onde se congregam vários interesses e disputam todos a nossa atenção e importância. Esta realidade deixa-nos muitas vezes confusos e confundidos quanto ao que é essencial, e quanto ao que é acessório. Por isso, é vital para o nosso equilíbrio no momento de tomar decisões e opções acerca do que é essencial, parar e pensar!
O segundo aspecto fundamental, tem que ver com a escolha entre dois dos mais importantes interesses da nossa vida: família e trabalho. Numa sociedade de consumo, em que as relações pessoais são também objecto de consumo e descartáveis, tendemos a desvalorizar os afectos e os sentimentos que nos ligam à família em benefício da carreira e do trabalho. Esquecemos, que a família é o nosso sustentáculo emocional e existencial mais seguro e fiel. Quando o emprego se vai, quando a doença nos ataca, quando os amigos nos traem; é na família que encontramos o nosso ninho de amor e amparo, onde somos acolhidos e apoiados. Este elo familiar, também se estende à nossa comunidade espiritual da qual fazemos parte. É ela que nos ouve, que nos ajuda, que interce por nós. Por isso, nunca nos esqueçamos de dar à familia e à nossa igreja, o melhor tempo e o melhor lugar na placa giratória da nossa vida.
Pare e pense nisto!

quinta-feira, 22 de março de 2007

Sonhos de Um Mundo Melhor - A JUSTIÇA

" FELIZES OS QUE SUSPIRAM PELA JUSTIÇA, PORQUE DECERTO A ALCANÇARÃO." (Mateus 5:6)
Caríssimos,
Falar de Justiça, parece tão utópico como falar de uma sociedade ou de um mundo perfeito.
Mas convém lembrar, que os grandes progressos que as sociedades experimentaram nas àreas científicas, religiosas e sociais; não aconteceram por mera casuística. Foi graças a uma consciência do dever de homens e mulheres, que se empenharam na defesa das suas convicções, valores, descobertas, idéias e crenças; muitas vezes contra a descrença e todas as formas de bloqueio, a fim de que hoje todos pudéssemos beneficiar da sua coragem e persistência.
A justiça bíblica tem pelos menos três aspectos:
1 - Justiça Legal, ou justificação. Esta forma de justiça, tem a ver com o correcto
relacionamento com Deus. Deus pode tornar justos aqueles que não eram diante dEle, mediante o reconhecimento do seu estado de culpa.
2 - Justiça Moral, é a justiça de carácter e de conduta que agrada a Deus. É sobretudo uma justiça de dentro do ser humano, ou seja, uma conduta que está para além de práticas e acções; mas que questiona as motivações e intensões das nossas atitudes diante do nosso próximo.
3 - Justiça Social. Esta, refere-se não apenas à prática do que nos é dever, mas também a promoção dos direitos humanos em prol dos desprotegidos e vulneráveis a todas as vicissitudes.
Façamos justiça e promovamo-la! Não esperemos primeiro que todos o façam. Cada um de nós tem a sua quota parte no todo. O progresso da justiça, depende de cada um!

quarta-feira, 21 de março de 2007

Sonhos de Um Mundo Melhor - A MAGNÓLIA

Caros leitores:
Bem-vinda a Primavera

A Magnólia, é uma planta aromática que fascina os biólogos e os apreciadores de plantas e flores. Mas o seu fascínio, está para além da beleza estética, poética ou romântica. Alguns biólogos, consideram mesmo ser esta a planta adequada ao ensino científico da biologia e da botânica.

A Magnólia, é uma planta que desabrocha na primavera. Primavera, como alguns dizem, é o primeiro verão. Por isso mesmo, ela representa bem o espírito desta época do ano: beleza, romantismo, alegria, disponibilidade, etc.

(Acima, nenúfares)

Mas, se a Magnólia reflecte a beleza da natureza, o encanto e a virtuosidade do tempo que muitos anseiam pela sua chegada; ela também personifica a imagem do seu criador.

A natureza, não é apenas a expressão da beleza que encanta e satisfaz os nossos sentidos. Ela, também ensina-nos muito daquilo que Deus é como ser criador e sustentador de todas as coisas. Infelizmente, Ele é quase sempre ignorado e personificado como um "ser superior" como se se tratasse de alguém intangível, etéreo e sem personalidade pessoal. Outras vezes, esse Deus é reduzido a uma simples teoria humana, para explicar aquilo que não é explicável, porque já está revelado no explendor da natureza que a todos nos acolhe.

Entretanto, contrariamente àquilo que se pensa, Deus olha para cada um de nós com o mesmo amor, e com a mesma ternura e esperança com que nos criou: de nos ver um dia reconhecer-lhe o direito de governar as nossas vidas; de dar sentido e direcção aos nossos caminhos, e de encher de plena paz e felicidade todos os dias da nossa existência.

terça-feira, 20 de março de 2007

Sonhos de Um Mundo Melhor - "SACRAMENTO DE CARIDADE"

Caríssimos leitores e amigos,

Foi divulgada na semana passada com o título acima referido, um documento contendo directrizes que devem orientar a hierarquia da Igreja e todos os católicos.

A proposta feita aos católicos, é de que a religião deve ser intransigente em relação à várias questões, dentre as quais, questões tão fracturantes como o celibato dos padres; ou a questões morais como a proibição à coabitação de jovens não casados ou sem intensões de o fazer; ou ainda a questões - direi doutrinais - tais como a proibição de católicos divorciados de receber a comunhão.

Devido a relevância dos factos, apraz-me fazer dois breves comentários:

1º Comentário: Nenhuma instituição, sociedade, ou comunidade sobrevive sem o respeito pelos seus valores.
Todavia, há que discernir entre os valores impostos por uma classe de homens especiais; e valores bíblicos, instituidos e consagrados por Deus. Estes, são valores nobres e devem ser preservados não por decretos humanos, mas por via do ensino da Escritura como Palavra de Deus; e em amor, no sentido de ajudar a restaurar todos aqueles que em determinado momento fracassaram, mas desejam manter-se fiéis aos sagrados princípios. Mas os valores impostos, e mantidos por tradição, apesar de vinculativos dentro da comunidade; carecem de legitimidade na esfera social e na própria consciência do dever dessa mesma sociedade, na sua convivência e relacionamento com a sociedade fora da sua esfera espiritual. Esta, é sem dúvida, a razão da fragilidade desses valores e da hipocrisia dos que religiosamente os defendem.

2º Comentário: Os valores que se pretende que sejam normativos e socialmente aceites e respeitados; exigem, antes de mais, da parte da comunidade cristã o devido respeito e coerência na sua prática, e condenação aos seus abusos e desvios, se pretende ser uma referência institucional através da qual a sociedade se deve identificar e expressar.
Como pode uma comunidade, instituição ou sociedade impor - em seu nome ou nome de outrem - aos outros, valores que estes não lhe reconhecem legitimidade nem referência moral?

Conclusão: Devemos, portanto, concluir que a comunidade cristã tem o dever de revelar ao mundo, através da sua conduta ou prática, que os valores cristãos ou bíblicos não são para impor a ninguém. Mas, antes de mais, são para a sua própria autodisciplina e realização espiritual. Só assim, a sociedade e o mundo lhe prestará crédito e desejará seguramente identificar-se e expressar os mesmos valores.

Uma Dedicatória Especial

Caros leitores,

Quero partilhar convosco uma dedicatória que me foi feita por um dos melhores professores que tive na Universidade e que muito admiro. Um homem com carácter. Com pedagogia. com saber.
O que nos toca e sensibliza, deve ser partilhado. Aqui vai:


Sabendo, como sei,
como é ser cinzento o ser;

sabendo, como sei,
como é fácil não fazer nem dizer;

crendo, como creio,
como crer é poder;

crendo, como creio,
que posso mais fazer,
mesmo com alguém não querendo,
talvez mesmo descrendo,

uma Palavra apenas:

que a Vida, na sua Sabedoria,
como um arco-íris, em tarde sombria,
te sorria!

J. Rodrigues Dias

segunda-feira, 19 de março de 2007

Sonhos de Um Mundo Melhor - A BONDADE


Caros leitores e amigos,

"FELIZES OS BONDOSOS E MODESTOS, PORQUE O VASTO MUNDO LHES PERTENCE" (Mateus 5:5)

O adjectivo grego usado para traduzir "mansos", significa bondoso, modesto, gentil e humilde. Mas é uma palavra que também significa atencioso e cortês.
Mas que virtudes são estas, para que os que as possuem sejam declarados felizes?
1) O Dr. Martin Lloyd-Jones, analisa a mansidão como "uma atitude humilde e gentil para com os outros, determinada por uma estimativa correcta de nós próprios." É isto, de facto! É a plena consciência daquilo que somos, e que se expressa na nossa relação com os outros.
Na prática, quando somos mansos, não nos enchemos de vaidade quando somos apreciados ou aplaudidos, nem nos sentimos desanimados ou frustrados quando passamos despercebidos.
2) Mas há uma segunda ideia, relacionada com o ser manso. Os verdadeiros mansos, são também aquelas pessoas, que devido a sua gentileza, cortesia e humildade, recusam terminantementeo desejo de vingança. Por serem seguras de si próprias e conscientes dos seus valores, avaliam a atitude e comportamento dos outros com o devido equilíbrio e compreensão.
E por que herdarão o vasto mundo?
Porque Deus promete que "aqueles que esperam no Senhor herdarão a terra...e o ímpio não existirá; atentarás para o seu lugar, e ele alí não estará. Mas os mansos herdarão a terra e deleitarão na abundância de paz." (Salmos 37:9-11).
Esta é a garantia de Deus, que a todos é concedida mediante a fé nEle; porque na sua Palavra, muitos têm encontrado o sentido e a beleza de uma vida feliz.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Sonhos de Um Mundo Melhor - O DIA DO PAI

"FILHOS, OBEDECEI A VOSSOS PAIS NO SENHOR...E VÓS, PAIS, ...CRIAI-OS NA DISCIPLINA E ADMOESTAÇÃO DO SENHOR" (Efésios 6:1 e 4)

Conta-se que o Dia do Pai foi comemorado pela primeira vez em 1909, quando a norte-americana Sonora Dodd propos a instituição de uma data especial que honrasse todos os pais, em homenagem ao seu progenitor, William Smart, que enviuvou quando a mulher deu à luz o seu sexto filho, tendo sózinho criado os filhos.
Quero, a propósito da comemoração do Dia do Pai, no próximo dia 19 de março, fazer 3 observações:
1. Numa faixa de uma revista reservada a curiosidades, lia-se que pai, é uma palavra derivada do latim pater e significa chefe. Tempos houve em que o papel do progenitor era apenas o de chefe de família. Hoje, cada vez se assiste a uma maior proximidade entre pais e filhos.
Para mim, a questão mais importante não tem que ver com o que antes era, nem com o que é agora. Tem a ver, isso sim, com o que realmente deve ser. E o que deve ser, é que no plano criacional, Deus instituiu a família e estabeleceu uma hierarquia de responsabilidade e não de autoridade.
Repare que no texto bíblico acima citado, a responsabilidade dos filhos é de prestar obediência aos pais no Senhor, ou seja, os filhos obedecem (responsabilidade) no Senhor ( isto é, à autoridade de Deus exercida pelos pais). Mas a questão vital que se coloca é: que educação dão os pais aos seus filhos, no que concerne ao conhecimento de Deus e dos valores do Cristianismo? Se este elo de educação não fôr valorizado, o dever de obediência responsável dos filhos será, consequentemente, inconsequente.
2. Comemorar o Dia do Pai, ou o Dia da Mãe, separadamente, é do ponto de vista do significado de família, errado. No plano divino, a família é composta pelo marido e esposa; pelos pais e filhos. Os filhos devem obediência aos pais (e não ao pai ou a mãe), e estes devem criar e admoestar os filhos. Olhar para a família na perspectiva correcta, é fundamental para a compreensão e valorização dos respectivos níveis e hierarquias de responsabilidade.
3. É preocupante o incentivo comercial à volta do Dia do Pai. Numa sociedade onde os valores do respeito e obediência passam muitas vezes ao lado dos jovens, não seria porventura mais proveitoso incentivar, estimular, quiça valorizar actividades que gerem proximidade e afectos com os pais; actividades educativas, formativas e intercâmbios de partilha, ajuda e aconselhamento familiar?
Se queremos construir uma sociedade melhor, comecemos pela família. Ela é - quer queiramos, quer não - o único caminho para um mundo melhor!

quinta-feira, 15 de março de 2007

Sonhos de Um Mundo Melhor - O CHORO

"FELIZES OS QUE CHORAM, PORQUE SERÃO CONSOLADOS" (Mateus 5:4)

Sou do tempo em que se dizia que os homens não choram. E como se sabe da psicologia moderna, chorar é saudável porque restabelece o equilíbrio emocional e, consequentemente, faz bem bem a parte física do ser humano. Talvez, por chorarem mais facilmente e sem os pudores dos homens, as mulheres vivam em média mais tempo.
Na verdade, todos choramos perante a morte de pessoas queridas ou perante outros infortúrios da vida. Todavia, no contexto desta lição de vida dada por Jesus, os felizes não são os que choram a angústia ou o sofrimento do luto, ou de qualquer outra perda; mas sim, aqueles que choram em virtude de um profundo e sincero sentimento de arrependimento.
Neste sentido, Jesus ensina-nos que o homem e a mulher que são capazes de chorar, de sentir dor perante as falhas e erros cometidas no seu esforço no sentido de se tornarem homens e mulheres dignas diante de Deus e do seu próximo - por se sentirem em falta perante Deus - Deus dá-lhes a Sua graça, perdão e consolo.
Portanto, são felizes os simples e humildes (como vimos no diário de ontem), porque sabem chorar em consequência das suas fraquezas humanas. A estes arrependidos, Deus oferece o Seu amor, perdão e consolo, e dá-lhes o prazer de viver de consciência tranquila e de redescobrirem a felicidade da paz, que apenas Deus oferece ao ser humano!

quarta-feira, 14 de março de 2007

Sonhos de Um Mundo Melhor - A HUMILDADE

Caros leitores,

Certa vez, Jesus subiu a um monte com os seus discípulos e ensinou-lhes algumas das mais belas liçoes de vida que a Bíblia regista:
"Bem-aventurados os pobres de espírito, pois deles é o reino de Deus" (Mateus 5:3)

Em seu comentário A Mensagem do Sermão do Monte, John Stott diz no seu Prefácio de Autor, que este sermão (direi, esta mensagem ou ensino), proferido por Jesus "torna a justiça atractiva; envergonha o nosso fraco desempenho; gera sonhos de um mundo melhor."

Na verdade, este ensino foi pronunciado por Jesus diante daqueles 12 discípulos. A Sua grande expectativa e convicção, era de que através desses homens, uma nova contracultura e um novo padrão de valores contagiassem toda a sociedade.

A palavra grega traduzida por bem-aventurança, quer dizer feliz. Os pobres de espírito são, de facto, todos aqueles que à semelhança dos destituidos de recursos materiais, dos excluídos da sociedade, dos marginalizados e dependentes da caridade alheia para a satisfação das suas necessidades básicas; também se sentem pessoas humildes e pobres, a ponto de necessitarem de Deus e de seguir os seus ensinos.

Portanto, as palavras de Jesus, são uma interessante proposta de vida feliz, ou seja, de uma vida cheia de propósito, de significado e de realização espiritual e humana. Só assim, cada um de nós pode contribuir para o bem comum e para uma sociedade mais justa, mais humana e mais próxima dos valores do Reino de Deus - que é o mesmo que dizer - para a felicidade de todos os homens que querem obedecer a Deus.

terça-feira, 13 de março de 2007

Estreia


Bem-vindos
Este é o primeiro roteiro do meu blog. Aqui, poderão ler as minhas opiniões, sugestões e reflexões sobre coisas da nossa vida.
Espero que gostem.
Obrigado!