sexta-feira, 30 de março de 2007
Sonhos de um Mundo Melhor - A PAZ
Caros leitores,
Convém começar por dizer que a pacificação é uma obra divina, pois paz significa reconciliação, e Deus é o autor da paz e da reconciliação. O acto de pacificar, foi realizado por Cristo na sua morte, reconciliando Deus com a humanidade. A Páscoa, traz-nos à memória esse sacrifício de Cristo, que ao morrer e ressuscitar, reconciliou os homens com Deus; possibilitando desta forma a comunhão e relacionamento que o pecado de Adão e Eva havia quebrado.
Por isso, promover a paz não foi um acto gratuito, fácil e sem qualquer custo. A reconciliação, custou a vida e o sacrifício de Cristo. Deste modo, há duas ideias a sublinhar:
Primeiro: Jesus declara que são felizes aqueles que se esforçam pela paz. Esforço, exige paciência na busca e promoção; e sacrifício na realização e concretização. Ninguém consegue a paz sem esforço e sem persistência.
Segundo: Mas a promoção da paz exige também que cada um de nós esteja reconciliando consigo próprio. Que cada pessoa esteja reconciliado com os seus medos; preconceitos ideológicos, sociais, religiosos, étnicos; com as suas superstições e fantasmas. É preciso perceber que antes de fazer, é necessário ser. E para ser, é fundamental que Deus faça sentido na vida do indivíduo.
Só os que promovem a paz, é que são chamados filhos de Deus, porque se identificam com ele e se realizam nos seus propósitos.
Os que amam a paz, amam-se a si próprios; porque daqui em diante são filhos de Deus!
quinta-feira, 29 de março de 2007
Sonhos de Um Mundo Melhor - A SINCERIDADE
Caros leitores,
No seu artigo Dando à Europa Uma Alma, Wim Wenders considera que a alma da Europa é a sua cultura. Mas a força da cultura está no poder da imagem. E o problema europeu em relação aos EUA, diz Wenders, é que "o campo das imagens está largamente a ser deixado aos outros" (Expresso, 24/3/07)
Vivemos, inegavelmente, numa época em que imagem é fundamental para o sucesso do indivíduo. A forma, é muitas vezes mais decisva que a essência ou o conteúdo.
No seu comentário a este versículo, John Stott diz com toda a clareza, que "esta ênfase dada ao interior e à moral, quando comparada com o exterior e físico, certamente torna-se consistente com todo o Sermão do Monte, que exige a justiça de coração em lugar de simples justiça proveniente de regras."
Fica claro, que para Deus a motivação das nossas atitudes ou a intenção que está por trás dos nossos actos, é muito mais significativa do que os seus efeitos.
Neste sentido, a pureza interior do interior do indivíduo e a sinceridade dos seus actos, é deveras mais importante para Deus do que a imagem que se transmite para o exterior. A sinceridade é um valor nobre, que só aqueles que nela se afirmam verão a Deus.
Sejamos pois sinceros, ou seja, "sem cera"; para que o sol abrasador da vida não exponha a falsidade da nossa imagem exterior.
quarta-feira, 28 de março de 2007
Sonhos de Um Mundo Melhor - A CULPA MORRE DIVORCIADA
Certo dia um grupo de fariseus, líderes religiosos, interpelou a Jesus com a seguinte questão: É permitido ao homem divorciar-se de sua esposa?
O que Moisés lhes ordenou? - perguntou Ele.
E eles responderam: Moisés permitiu que o homem desse certidão de divórcio.
Respondeu Jesus: Moisés escreveu esta Lei por causa da dureza dos vossos corações. Mas no princípio da criação Deus os fez homem e mulher. Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém o separe! (Mateus 10: 2-11)
Numa coluna do Jornal da Região de Oeiras, o psicólogo L. Fernandes escrevia que "quando os laços (matrimoniais) se desfazem, existe uma grande probabilidade de as crianças sentirem esta situação de forma traumatizante, e daí emergirem alguns comportamentos e atitudes mais agressivas, como: agressões verbais, exarcebação dos caprichos, brinquedos partidos, discussões por tudo e por nada, abrandamento ou agravamento do rendimento escolar, encoprese, insónias, isolamento...
Se à criança não fôr comunicado atempadamente a situação emocional dos pais e discutido com ela os motivos da separação, ela poderá crescer num ambiente afectivo traumatizante que poderá afectar a qualidade dos seus laços emocionais futuros."
Hoje em dia, quase podemos afirmar que as pessoas casam para se divrociar, tal é o número cada vez crescente de divórcios. As razões prendem-se não com a banalização do casamento em si, mas sim com a crise de valores que afecta a família e toda a sua concepção tradicional.
O princípio de que o casamento é para toda a vida, é algo de estranho à mentalidade contemporânea. Mas se o casamento é uma instituição divina, não pode ser viabilizado com regras e modelos instituidos por padrões humanos como acontece hoje em dia. E muito menos a família deve ser encarada numa perspectiva moderna, como se pretende instituir nas nossas sociedades.
Mas a destruição dos valores da família dita tradicional, não afecta apenas o casamento como contrato ou compromisso civil; mas deixa consequências trágicas a nível dos valores e dos comportamentos das crianças vítimas do fracasso relacional dos próprios pais. Aliás, não nos deveríamos surpreender com a violência, delinquência e falta de educação das crianças para com os seus professores, pessoas idosas e sociedade em geral.
Repensemos nos valores da família, e de uma vez para sempre entendamos que a destruição da família, por modismos ou modernidade, fará de nós próprios e da nossa sociedade as principais vítimas e responsáveis.
terça-feira, 27 de março de 2007
Sonhos de Um Mundo Melhor - A MISERICÓRDIA
Caros leitores e amgos,
Num sábado, estando a ensinar na Sinagoga judaica, encontrava-se ali um homem que tinha a mão direita aleijada. Os mestres da Lei e os fariseus vigiavam atentamente para ver se curaria o homem naquele dia, que era um sábado, anciosos por encontrar qualquer acusação contra ele. Jesus conhecia bem os seus pensamentos! E disse ao aleijado: "anda cá e põe-te aqui onde toda a gente te possa ver." Ele assim fez.
Então disse aos fariseus e mestres da Lei: "tenho uma pergunta a fazer-vos: É justo praticar o bem no sábado?"
Não tendo obtido, disse ao homem: "estende a mão". E logo o fez e a mão ficou completamente normal. Os inimigos de Jesus ficaram loucos de fúria e começaram a tramar-lhe a morte. (Lucas 6:6-11)
Misericórdia, é compaixão pelas pessoas que passam necessidade.
Ao proferir este ensino das bem-aventuranças, Jesus não especificou a categoria de pessoas que devem ser merecedoras da misericórdia. Serão as pessoas vítimas de algum tipo de tragédia; ou os famintos e doentes ultrajados pela sociedade; ou ainda aqueles que nos fazem mal, mas que merecem a nossa compaixão e perdão?
1. Não especificando, Jesus dá-nos a oportunidade e liberdade de expressar misericórdia sem distinção, complexos ou critérios. Sendo crentes, alvos da misericórdia de Deus, podem manifestar ao próximo o mesmo sentimento que Deus teve para convosco. Do mesmo modo, aqueles que não tendo uma relação espiritual com Deus, são também alvos da misericórdia de Deus, porque são suas criaturas e recebem os cuidados dio Pai Criador e Sustentador de todas as coisas.
2. Não só devemos ser imparciais na manifestação da misericórdia, como também devemos manifestá-la mesmo ao sábado. Isto é, o sábado era para os judeus o dia dedicado exclusivamente a Deus, e nada mais. Jesus, porém, ao curar o homem aleijado no sábado, quis mostrar que a misericórdia de Deus está para além dos condicionalismos do tempo, das tradições, dos pretextos. Não existe qualquer razão, mesmo que em nome de Deus, para negar actos de compaixão àqueles que deles precisam.
Assim, quanto maior fôr a nossa disponibilidade para expressar misericórdia, maior será a disponibilidade de Deus em tratar-nos com amor e compaixão. Não porque merecemos qualquer favor dEle, mas porque Ele é gracioso em revelar toda a plenitude do seu amor por nós.
segunda-feira, 26 de março de 2007
Sonhos de Um Mundo Melhor - "AO DEUS DESCONHECIDO"
sexta-feira, 23 de março de 2007
Sonhos de Um Mundo Melhor - PARE E PENSE!
quinta-feira, 22 de março de 2007
Sonhos de Um Mundo Melhor - A JUSTIÇA
quarta-feira, 21 de março de 2007
Sonhos de Um Mundo Melhor - A MAGNÓLIA
Bem-vinda a Primavera
A Magnólia, é uma planta aromática que fascina os biólogos e os apreciadores de plantas e flores. Mas o seu fascínio, está para além da beleza estética, poética ou romântica. Alguns biólogos, consideram mesmo ser esta a planta adequada ao ensino científico da biologia e da botânica.
A Magnólia, é uma planta que desabrocha na primavera. Primavera, como alguns dizem, é o primeiro verão. Por isso mesmo, ela representa bem o espírito desta época do ano: beleza, romantismo, alegria, disponibilidade, etc.
(Acima, nenúfares)
Mas, se a Magnólia reflecte a beleza da natureza, o encanto e a virtuosidade do tempo que muitos anseiam pela sua chegada; ela também personifica a imagem do seu criador.
A natureza, não é apenas a expressão da beleza que encanta e satisfaz os nossos sentidos. Ela, também ensina-nos muito daquilo que Deus é como ser criador e sustentador de todas as coisas. Infelizmente, Ele é quase sempre ignorado e personificado como um "ser superior" como se se tratasse de alguém intangível, etéreo e sem personalidade pessoal. Outras vezes, esse Deus é reduzido a uma simples teoria humana, para explicar aquilo que não é explicável, porque já está revelado no explendor da natureza que a todos nos acolhe.
Entretanto, contrariamente àquilo que se pensa, Deus olha para cada um de nós com o mesmo amor, e com a mesma ternura e esperança com que nos criou: de nos ver um dia reconhecer-lhe o direito de governar as nossas vidas; de dar sentido e direcção aos nossos caminhos, e de encher de plena paz e felicidade todos os dias da nossa existência.
terça-feira, 20 de março de 2007
Sonhos de Um Mundo Melhor - "SACRAMENTO DE CARIDADE"
Foi divulgada na semana passada com o título acima referido, um documento contendo directrizes que devem orientar a hierarquia da Igreja e todos os católicos.
A proposta feita aos católicos, é de que a religião deve ser intransigente em relação à várias questões, dentre as quais, questões tão fracturantes como o celibato dos padres; ou a questões morais como a proibição à coabitação de jovens não casados ou sem intensões de o fazer; ou ainda a questões - direi doutrinais - tais como a proibição de católicos divorciados de receber a comunhão.
Devido a relevância dos factos, apraz-me fazer dois breves comentários:
1º Comentário: Nenhuma instituição, sociedade, ou comunidade sobrevive sem o respeito pelos seus valores.
Todavia, há que discernir entre os valores impostos por uma classe de homens especiais; e valores bíblicos, instituidos e consagrados por Deus. Estes, são valores nobres e devem ser preservados não por decretos humanos, mas por via do ensino da Escritura como Palavra de Deus; e em amor, no sentido de ajudar a restaurar todos aqueles que em determinado momento fracassaram, mas desejam manter-se fiéis aos sagrados princípios. Mas os valores impostos, e mantidos por tradição, apesar de vinculativos dentro da comunidade; carecem de legitimidade na esfera social e na própria consciência do dever dessa mesma sociedade, na sua convivência e relacionamento com a sociedade fora da sua esfera espiritual. Esta, é sem dúvida, a razão da fragilidade desses valores e da hipocrisia dos que religiosamente os defendem.
2º Comentário: Os valores que se pretende que sejam normativos e socialmente aceites e respeitados; exigem, antes de mais, da parte da comunidade cristã o devido respeito e coerência na sua prática, e condenação aos seus abusos e desvios, se pretende ser uma referência institucional através da qual a sociedade se deve identificar e expressar.
Como pode uma comunidade, instituição ou sociedade impor - em seu nome ou nome de outrem - aos outros, valores que estes não lhe reconhecem legitimidade nem referência moral?
Conclusão: Devemos, portanto, concluir que a comunidade cristã tem o dever de revelar ao mundo, através da sua conduta ou prática, que os valores cristãos ou bíblicos não são para impor a ninguém. Mas, antes de mais, são para a sua própria autodisciplina e realização espiritual. Só assim, a sociedade e o mundo lhe prestará crédito e desejará seguramente identificar-se e expressar os mesmos valores.
Uma Dedicatória Especial
Quero partilhar convosco uma dedicatória que me foi feita por um dos melhores professores que tive na Universidade e que muito admiro. Um homem com carácter. Com pedagogia. com saber.
O que nos toca e sensibliza, deve ser partilhado. Aqui vai:
Sabendo, como sei,
como é ser cinzento o ser;
sabendo, como sei,
como é fácil não fazer nem dizer;
crendo, como creio,
como crer é poder;
crendo, como creio,
que posso mais fazer,
mesmo com alguém não querendo,
talvez mesmo descrendo,
uma Palavra apenas:
que a Vida, na sua Sabedoria,
como um arco-íris, em tarde sombria,
te sorria!
J. Rodrigues Dias
segunda-feira, 19 de março de 2007
Sonhos de Um Mundo Melhor - A BONDADE
Caros leitores e amigos,
"FELIZES OS BONDOSOS E MODESTOS, PORQUE O VASTO MUNDO LHES PERTENCE" (Mateus 5:5)
sexta-feira, 16 de março de 2007
Sonhos de Um Mundo Melhor - O DIA DO PAI
quinta-feira, 15 de março de 2007
Sonhos de Um Mundo Melhor - O CHORO
quarta-feira, 14 de março de 2007
Sonhos de Um Mundo Melhor - A HUMILDADE
Certa vez, Jesus subiu a um monte com os seus discípulos e ensinou-lhes algumas das mais belas liçoes de vida que a Bíblia regista:
"Bem-aventurados os pobres de espírito, pois deles é o reino de Deus" (Mateus 5:3)
Em seu comentário A Mensagem do Sermão do Monte, John Stott diz no seu Prefácio de Autor, que este sermão (direi, esta mensagem ou ensino), proferido por Jesus "torna a justiça atractiva; envergonha o nosso fraco desempenho; gera sonhos de um mundo melhor."
Na verdade, este ensino foi pronunciado por Jesus diante daqueles 12 discípulos. A Sua grande expectativa e convicção, era de que através desses homens, uma nova contracultura e um novo padrão de valores contagiassem toda a sociedade.
A palavra grega traduzida por bem-aventurança, quer dizer feliz. Os pobres de espírito são, de facto, todos aqueles que à semelhança dos destituidos de recursos materiais, dos excluídos da sociedade, dos marginalizados e dependentes da caridade alheia para a satisfação das suas necessidades básicas; também se sentem pessoas humildes e pobres, a ponto de necessitarem de Deus e de seguir os seus ensinos.
Portanto, as palavras de Jesus, são uma interessante proposta de vida feliz, ou seja, de uma vida cheia de propósito, de significado e de realização espiritual e humana. Só assim, cada um de nós pode contribuir para o bem comum e para uma sociedade mais justa, mais humana e mais próxima dos valores do Reino de Deus - que é o mesmo que dizer - para a felicidade de todos os homens que querem obedecer a Deus.