terça-feira, 28 de agosto de 2007

SABER VIVER - A Verdadeira Grandeza do Ser Humano.

O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe fôr dada do céu. - Evangelho de João 3:27

João Baptista, era um homem fascinante. Para além de ser um homem do deserto que, curiosamente, pregava no deserto da Judéia, vestia-se de pêlos de camelo, e um cinto de couro à volta dos seus lombos. Comia gafanhotos e, guloso como parece que era, adorava mel silvestre.

Mas este homem de perfil alternativo como de facto era João Baptista, um homem livre e independente, frontal e radical na sua mensagem; era também uma pessoa profundamente equilibrada e consciente das suas dimensões e propósitos.

A frase de hoje surge na sequência de uma "provocação" movida por um grupo de judeus, pelo facto de Jesus estar também a baptizar e muitas pessoas estarem a seguir-lhe os passos. João, não se preocupou e muito menos questiou alguma coisa a respeito de Jesus. Ele sabia quem Jesus era, e sabia também quem ele era.

Além disso, João Baptista tinha consciência de que nada do que tinha e fazia dependiam de si. Tinha a consciência da sua dimensão e do seu propósito. Sabia que Jesus era o protagonista principal. Ele tinha vindo preparar o caminho para Jesus realizar o seu ministério. Sabia que tudo o que tinha e recebera era dom de Deus, e ele só podia ser grato por ser um colaborador e cooperador no ministério de Jesus.

Da mesma forma, todos devíamos ter a consciência de João. Afinal, somos também filhos e criaturas de Deus com dimensão e propósitos. Ter consciência disso, induzir-nos-á a reconhecer - como João Baptista - que "o homem não pode receber coisa alguma, se não lhe fôr dada do céu!". Que homem! Que grandeza!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

SABER VIVER - A Verdadeira Gratidão.

Não foram dez os limpos? E onde foram os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro? - Evangelho de Lucas 17:17,18

A ingratidão é algo profundamente incompreensível e doloroso. Mas, infelizmente, acontece com demasiada frequência e às vezes, em pessoas das quais menos esperamos.

Neste texto, Jesus questiona ao samaritano (estrangeiro) que fora curado da lepra, que viera ter com Ele para agradecer-lhe. Foi de facto uma tremenda surpresa que dos dez curados, só um viera agradecer. Ainda por cima, estrangeiro. O que pressupõe que os nove judeus, esqueceram-se do feito que Jesus havia feito na sua saúde.

Este caso deve fazer-nos pensar nas pequenas e grandes coisas que recebemos na vida. Umas, vindas de Deus. Outras, de pessoas, sejam elas familiares, amigos, desconhecidos, do estado ou da própria natureza. Por vezes, somos tão cruéis, que não sabemos agradecer as coisas que recebemos muitas vezes sem pedirmos e sem merecermos. A vida, a saúde, o país onde temos liberdade e sossego, os amigos, a família, o clima, o alimento, a casa, os pequenos luxos, etc.

Já imaginaram quantas pessoas vivem no mundo sem quase nada daquilo que nós recebemos e nem sequer percebemos que somos uns privilegiados?

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

SABER VIVER - A Verdadeira Batalha.

Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. - Epístola de paulo as Efésios 6:12

Esta referência do apóstolo Paulo, enquadra-se na sua exortação acerca da necessidade de envergarmos a Armadura de Deus. A Armadura de Deus, é um conjunto de apetrechos de guerra que nos devem acompanhar em permanência a fim de nos salvaguardarem das astutas ciladas de Satanás.

Mas a minha grande questão é a seguinte: Se a nossa luta, batalha ou conflito deve ser contra os seres espirituais do maligno, por que guerreamos uns contra os outros? Porque gastamos energias, tempo, paciência...enfim, a nossa preciosa e curta vida em quezílias e disputas por vezes insensatas?

Não seria vantajoso para todos nós, seres humanos, "arregaçarmos a mangas", unidos em amor e num espírito de solidariedade e amizade, vivermos para o bem comum? Não seria melhor o nosso mundo, se eliminássemos as barreiras fúteis e as coisas inúteis que geram ódios, invejas, dissensões e infelicidade?

Pensem nisto e tenham um agradável fim de semana!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

SABER VIVER - O Verdadeiro Deus.

Porquanto não outro Deus que possa livrar como este. - Daniel 3:29

Estas palavras, tiradas do livro de Daniel, podem parecer óbvias. Mas o seu contexto é deveras interessante, porque revelam a grandeza e a soberania de Deus.

Nabucodonosor, é quem as pronunciou. Convém lembrar, que Nabucodonosor era rei da Babilónia, nação poderosíssima, politica e militarmente. Este rei, havia emitido um decreto no qual obrigava a todo o povo a adorar a estátua que mandara erguer na província de Babilónia.
Sadraque, Mesaque e Abed-nego, afrontaram o rei, recusando-se adorar a estátua em nome da sua fé em Deus.

O rei não se podia deixar afrontar daquela maneira por três estrangeiros rebeldes. Mandou-os para a cova dos leões, onde seria despedaçados em pouco tempo. Mas Deus é poderoso e guarda aqueles que nele confiam. Por isso, nada lhes aconteceu.

Tendo visto aquele milagre, o rei pronunciou as palavras que lemos acima. Nenhum outro Deus pôde operar tal milagre. Este facto, foi a revelação da grandeza de Deus e do poder sobre toda a sua criação.

Que cada um de nós possa fortalecer a sua fé neste Deus verdadeiro, que opera e protege aqueles que nEle confiam.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

SABER VIVER - A Verdadeira Adoração

Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. Evangelho Segundo S. João 4:24

Neste interessante diálogo com a mulher de Samaria, Jesus fala - de entre outros assuntos - acerca da adoração.
Para os samaritanos, Gerizim era o monte da verdadeira adoração. Para os judeus, Jerusalém era o local sagrado para a adoração. Porém, Jesus, sendo judeu, não se envolveu nessa disputa acerca do verdadeiro lugar de adoração. A adoração, para Jesus, era muito mais do que espaço físico e geográfico.

É bom lembrarmo-nos, que Jesus veio inaugurar um novo paradigma de adoração e de missão. Jerusalém, foi desde sempre o lugar de aglomeração de todas as nações e povos da terra. Todos vinham a Jerusalém ouvir a palavra de Deus, celebrar a Páscoa, Adorar ao Senhor. Quando Jesus proferiu a chamada Grande Comissão (Mateus 28:19,20), ele instituiu um novo paradigma. Jerusalém, seria o ponto de partida para Judeia, Samaria e Confins da Terra.

Portanto, tanto a missão, como a adoração não se fixariam mais em Jerusalém ou num espaço geográfico/físico definido. A adoração e a missão centrar-se-iam agora no discípulo, aonde quer que estivesse. Foi por isso que Jesus disse à mulher, que a verdadeira adoração não era nem em Gerizim, nem em Jerusalém. Mas em espírito, porque Deus é Espírito, e o espírito habita no homem e naquele que é seu discípulo. A adoração é, portanto, espiritual porque se relaciona com Deus. E Deus não habita em tendas nem em templos. Deus está em todo o lugar.

Tenhamos pois cuidado com os paradigmas de adoração que instituimos e que acreditamos. Ir a "igreja", fazer sacrifícios no templo, não é adoração. Deus quer atitude. Deus quer vida espiritual. Deus quer sinceridade permanente na vida dos seus adoradores. E esta sinceridade de adoração não se confina a um lugar físico. Mas no coração, e em todo o lugar e momento da nossa existência.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

SABER VIVER - O Amor Perfeito.

Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigénito para que todo aquele que crê não pereça, mas tenha a vida eterna. - Evangelho Segundo João 3:16

Não podia falar-vos de liberdade e libertação sem abordar o amor de Deus. O amor é perfeito, porque Deus é amor. Mas, afinal, o que é amor?

Sempre que se fala de amor, a ideia que parece é que amor é apenas sentimento, afecto ou carinho. Mas o amor bíblico, o amor de Deus é muito mais do que sentimento. O amor de Deus é essencialmente duas coisas:

1. Doacção - Deus amou, ou provou o seu amor pelos homens, doando-se à humanidade por intermédio de Cristo. Amor que não de doa ao outro, não é amor. Esta é a razão porque os casamentos modernos fracassam. A crise não está na instituição "casamento", porque Deus a criou perfeita. A crise está na compreensão de que o casamento é uma instituição criada para o amor. Ou seja, o casamento só resulta em felicidade se ambos negarem-se a si mesmo, desprendendo-se do seu egocentrismo e realização pessoal/individual, a fim de procurarem o bem do outro ou o bem comum. Infelizmente, não é isso que sucede hoje em dia.
Portanto, o amor é doacção. O amor é atitude. O amor é entrega total ao outro, para o bem comum.

2. Perdão - Deus amou o mundo, dando o seu Filho para que os que crêem nEle não pereçam. Aqui está o perdão de Deus, através do sacrifício de Cristo. O amor dá e perdoa. Sem perdão, não há amor. Amor sem perdão, não é amor. Por isso, Jesus mando-nos perdoar os nossos inimigos, porque o amor ao próximo implica necessáriamente também o perdão. Muitas vezes, pecamos pela relativização sentimental do amor. Mas o amor perfeito, ou seja, o amor verdadeiro dá e perdoa.

Aprendamos a amar verdadeiramente, dando o que somos ao outro e perdoando-o como Deus fez por nós. Só assim seremos verdadeiramente felizes e realizados no amor.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

SABER VIVER - A Verdadeira Libertação

Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei". Evangelho Segundo Mateus 11:28

Um convite assim, até parece irrecusável. Mas, infelizmente, muitos continuam a recusá-lo.
Jesus faz este convite, porque logo no início do seu ministério afirmou que viera "Apregoar liberdade aos cativos (...) e pôr em liberdade os oprimidos!" (Evangelho Segundo Lucas 4:18).
Vimos no blog anterior que os cativos e oprimidos, eram os socialmente e culturalmente (mulheres, deficientes, gentios, toxicodependentes, etc); religiosos e politicamente presos ou condicionados.

No texto bíblico de hoje, Jesus convida a todos os cansados e oprimidos a vierem a Ele não apenas para o conhecerem, mas para receberem alívio.

Vivemos numa sociedade carente de efectos, amor, atenção, respeito, compromisso, fidelidade, honestidade, confiança, segurança, etc. A lista é interminável. Diante de tanto cansaço, frustração, desalento e opressão pelos diatames culturais, profissionais, sociais, religiosos...é espantoso que as pessoas continuem a recusar o convite de Jesus.

Mas Jesus não desiste. Ele ama as suas criaturas. Ele deseja o melhor para o ser humano. Aqui fica o convite de Jesus para si. Quer aceitar?

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

SABER VIVER - A Verdadeira Liberdade

Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças (...) Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes." - Evangelho Segundo Marcos 12:30,31

Jesus, quando iniciou a sua missão neste mundo pronunciou o seu grande objectivo: proclamar e operar libertação aos oprimidos e cativos. Essa libertação era total. Libertação social, daqueles que eram socialmente excluídos do evangelho (prostitutas, deficientes, leprosos, etc); libertação religiosa, daqueles que viviam amarrados às religiões opressoras e desumanas; libertação cultural, entrando em Samaria e falando com mulheres e gentios; libertação espiritual, expulsando demónios e pregando o evangelho da salvação.

Mas ao trazer libertação dessas amarras sociais, religiosas, culturais e espirituais, Jesus quis que o ser humano se tornasse livre para ser aquilo que Deus planeara desde o princípio para que o homem fosse: Que o ser humano se realizasse plenamente.

Portanto, a realização do ser humano passa antes pela libertação das amarras já enunciadas, mas também pela sua realização enquanto homem criado à imagem e semelhança a Deus.
Mas, então, como se realiza o ser humano?

Deus é amor, e criou o homem à sua imagem e semelhança. O ser humano, realiza-se no amor. É no amor que há liberdade que nos realiza enquanto humanos.

No texto bíblico de hoje, Jesus ensinou que a libertação do homem está nesses dois maiores mandamentos: amar a Deus e amar o próximo. O ser humano não pode ser livre, se não amar a Deus e ao outro. Porque a liberdade, ao contrário do que a sociedade pensa, está na não-centralidade em nós próprios (no ego ou egocentrismo), mas na centralidade do nosso amor a Deus e ao outro.

Dizer-se que se é livre sem compromissos, proclamando-se liberdade quando se termina o casamento, os amores, os relacionamentos, é confundir liberdade com a escravidão do egocentrismo. O amor liberta do homem, porque Deus criou-nos para o amor e para nele nos realizarmos plenamente.

"Amarás ao Senhor teu Deus (...) e ao teu próximo como a ti mesmo". Só assim, seremos livres! Só assim, nos realizamos! Só assim, seremos verdadeiramente humanos!

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

SABER VIVER - A lição da Aranha.

A aranha pendura-se com as mãos, e está no palácio dos reis. - Provérbios de Salomão 30:28

A aranha, é a última das "quatro mais pequenas da terra, porém sábias, bem providas de sabedoria" (v.24).

De facto, temos andado a tirar lições importantes destes pequenotes seres viventes que todos os dias vemos, mas nem sempre prestamos-lhes a devida atenção e, muito menos, aprendemos com eles.

A aranha é um bicho para alguns assustador, nojento, perigoso. Mas foi criado por Deus. E mais: entra nos palácios dos reis, onde muitos não têm acesso.

Esta lição da aranha é deveras interessante. Mostra-nos que a pequenez não é, por si só, um problema.
Quantas vezes o tamanho, a altura ou a pequenez influe conotações e expectativas baixas. Como se diz, os "homens não se medem aos palmos", mas por vezes, pensa-se deles aos "palmos".

Mas aranha é pequena e atrevida. Penetrar nos palácios dos reis, não é propriamente uma tarefa sem riscos. No entanto, o que sabemos, é que ela entra e constroe o seu habitat.

Aprendamos, pois, com estas pequenas criaturas e valorizemos o seu trabalho e a sua "sabedoria". Afinal, somos todos criaturas de Deus.