terça-feira, 20 de março de 2007

Sonhos de Um Mundo Melhor - "SACRAMENTO DE CARIDADE"

Caríssimos leitores e amigos,

Foi divulgada na semana passada com o título acima referido, um documento contendo directrizes que devem orientar a hierarquia da Igreja e todos os católicos.

A proposta feita aos católicos, é de que a religião deve ser intransigente em relação à várias questões, dentre as quais, questões tão fracturantes como o celibato dos padres; ou a questões morais como a proibição à coabitação de jovens não casados ou sem intensões de o fazer; ou ainda a questões - direi doutrinais - tais como a proibição de católicos divorciados de receber a comunhão.

Devido a relevância dos factos, apraz-me fazer dois breves comentários:

1º Comentário: Nenhuma instituição, sociedade, ou comunidade sobrevive sem o respeito pelos seus valores.
Todavia, há que discernir entre os valores impostos por uma classe de homens especiais; e valores bíblicos, instituidos e consagrados por Deus. Estes, são valores nobres e devem ser preservados não por decretos humanos, mas por via do ensino da Escritura como Palavra de Deus; e em amor, no sentido de ajudar a restaurar todos aqueles que em determinado momento fracassaram, mas desejam manter-se fiéis aos sagrados princípios. Mas os valores impostos, e mantidos por tradição, apesar de vinculativos dentro da comunidade; carecem de legitimidade na esfera social e na própria consciência do dever dessa mesma sociedade, na sua convivência e relacionamento com a sociedade fora da sua esfera espiritual. Esta, é sem dúvida, a razão da fragilidade desses valores e da hipocrisia dos que religiosamente os defendem.

2º Comentário: Os valores que se pretende que sejam normativos e socialmente aceites e respeitados; exigem, antes de mais, da parte da comunidade cristã o devido respeito e coerência na sua prática, e condenação aos seus abusos e desvios, se pretende ser uma referência institucional através da qual a sociedade se deve identificar e expressar.
Como pode uma comunidade, instituição ou sociedade impor - em seu nome ou nome de outrem - aos outros, valores que estes não lhe reconhecem legitimidade nem referência moral?

Conclusão: Devemos, portanto, concluir que a comunidade cristã tem o dever de revelar ao mundo, através da sua conduta ou prática, que os valores cristãos ou bíblicos não são para impor a ninguém. Mas, antes de mais, são para a sua própria autodisciplina e realização espiritual. Só assim, a sociedade e o mundo lhe prestará crédito e desejará seguramente identificar-se e expressar os mesmos valores.

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